segunda-feira, 29 de setembro de 2014

HOMERO

Homero
"Quando alguém me quer dizer a verdade absoluta, é porque me quer colocar sob o seu controlo."

(Gianni Vattimo, citado por Karen Armstrong)


Por que é que uma criatura frágil, embora sob uma aparência tranquila (a ansiedade trai o principiante) e com o domínio da palavra, haveria de querer tornar-se indispensável para o meu acesso à verdade?


Por que invoca a todo o tempo um poder mais forte, de que ela seria o humilde intercessor, como o piloto da "Mensagem" falando de D. João II?

Deveremos incluir este assédio da 'verdade absoluta' nas outras formas da "vontade do poder"?

De qualquer modo, parece sempre haver crentes da crença dos outros quando esta se impõe com a força necessária, força que reside nas provas que não se podem refutar, e que são uma espécie de colusão entre a coerência do mito e o sentimento.

Verdadeira criação poética, de facto, e o mundo é a bola da "Pedra filosofal". A poesia é sempre estranha aos "factos". Não precisa deles para as suas histórias serem verdadeiras.

O poeta cego tinha um estranho poder: o de nos tornar o mundo invisível, mas mais presente. Imanente e inteligível.

 

 

0 comentários: