Duíno (José Ames)
"Com todos os olhos vê a criatura
o Aberto. Só os nossos olhos estão
como invertidos e de todo postos à volta dela
como armadilhas, em círculo à volta da sua saída livre."
o Aberto. Só os nossos olhos estão
como invertidos e de todo postos à volta dela
como armadilhas, em círculo à volta da sua saída livre."
8ª Elegia de Duíno (Rainer Maria Rilke, tradução de Paulo Quintela)
O Aberto da 8ª Elegia de Rilke é um desafio à nossa capacidade de expansão e de libertação dos sucessivos círculos de segurança "alimentar" ou religiosa.
Só a poesia poderia avançar na direcção dessa terra incognita, tornando real o que é mais do que uma visão e mais do que o intuído.
Não se pedem provas à poesia. As suas provas são o sentimento que ultrapassa todas as explicações.
Evidente, como o não é o heliocentrismo que, pelo contrário, é contra toda a aparência, o Aberto (muito mais do que o nosso mundo ampliado até ao cosmos) é tão evidente que nos cega.
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