sexta-feira, 31 de agosto de 2012

MULHERES DE DITADOR


Nadia Krupskaia 




Staline, com a sua habitual subtileza, dizia que não era pela Krupskaia dormir com Lenine ou usar a mesma casa de banho que compreendia melhor o marxismo-leninismo (Diane Ducret, "Femmes de dictateur").

Isso, claro, era uma maneira de falar, porque nunca a competência naquela teoria (em Boukharine, por exemplo) impediu  Vissarionovich de passar as suas lagartas sobre os companheiros revolucionários.

E, contudo, ele que se atirou em desespero para a cova de Kato, a sua primeira mulher, amou como o protagonista do conto de James ("A fera na selva") gostaria de ter amado.

Lenine, pelo seu lado, nunca foi o déspota para a família que foi o seu sucessor. Mas levou-lhe a palma na lógica da instrumentalização. Tinha um forte preconceito sobre o "sexo" que o guiava nessas questões. "Lenine repete, com efeito, para quem o quer ouvir que nunca conheceu uma mulher capaz de ler 'O Capital', nem de se desenrascar com a tabela horária dos comboios, nem mesmo de jogar o xadrez." (ibidem)
  

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