Nadia Krupskaia |
Staline, com a sua habitual subtileza, dizia que não era
pela Krupskaia dormir com Lenine ou usar a mesma casa de banho que compreendia melhor o marxismo-leninismo (Diane Ducret, "Femmes de dictateur").
Isso, claro, era uma maneira de falar, porque nunca a
competência naquela teoria (em Boukharine, por exemplo) impediu Vissarionovich de passar as suas lagartas
sobre os companheiros revolucionários.
E, contudo, ele que se atirou em desespero para a cova de
Kato, a sua primeira mulher, amou como o protagonista do conto de James
("A fera na selva") gostaria de ter amado.
Lenine, pelo seu lado, nunca foi o déspota para a família
que foi o seu sucessor. Mas levou-lhe a palma na lógica da instrumentalização.
Tinha um forte preconceito sobre o "sexo" que o guiava nessas
questões. "Lenine repete, com efeito, para quem o quer ouvir que
nunca conheceu uma mulher capaz de ler 'O Capital', nem de se desenrascar com a
tabela horária dos comboios, nem mesmo de jogar o xadrez." (ibidem)
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