"Spartacus" (Stanley Kubrick) |
"ironicamente, a dispensa americana da disciplina do
défice comercial está na origem do fracasso de outros países em desenvolverem o
equivalente do consumidor americano. Os países querem industrializar-se com
pleno emprego, mas falta-lhes uma adequada procura interna. Consequentemente,
têm de confiar no mercado dos EUA. É também por isso que a Alemanha fornece
BMWs e Mercedes-Benzes em troca de promissórias em dólar-papel."
"A Keynesian theory of hegemonic currencies – or why
the world pays dollar tribute" (Thomas Palley in "Real
Economics")
O império americano é, pois, um império com "pés de
barro". A desindustrialização dos EUA tornou o consumidor americano
dependente desta "troca desigual" tolerada pelos outros parceiros
comerciais que não encontram saídas no mercado interno. A
"Eurolândia" seria muito capaz
disso, "mas de momento está prisioneira duma forma de fazer
política obcecada com a inflação e com o medo do crescimento. A China precisa de
melhorar a sua distribuição dos rendimentos duma forma que ligue o rendimento à
produtividade. Os sindicatos são o meio natural para isso, mas estão bloqueados
pelo sistema político totalitário da China que teme os sindicatos."
(ibidem)
Esta situação depende muito, portanto, de condições
políticas instáveis fora dos EUA. A decadência americana é a contrapartida do
'presente envenenado' que constitui a predominância mundial do dólar e do seu
papel de 'moeda-refúgio'.
Os 'bárbaros' deste império somos, naturalmente, todos
nós. Mas a segurança mundial continua a ser, para muitos, o seguro de vida dos
'decadentes'.
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