quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A MOEDA IMPERIAL

"Spartacus" (Stanley Kubrick)


"ironicamente, a dispensa americana da disciplina do défice comercial está na origem do fracasso de outros países em desenvolverem o equivalente do consumidor americano. Os países querem industrializar-se com pleno emprego, mas falta-lhes uma adequada procura interna. Consequentemente, têm de confiar no mercado dos EUA. É também por isso que a Alemanha fornece BMWs e Mercedes-Benzes em troca de promissórias em dólar-papel."


"A Keynesian theory of hegemonic currencies – or why the world pays dollar tribute" (Thomas Palley in "Real Economics")



O império americano é, pois, um império com "pés de barro". A desindustrialização dos EUA tornou o consumidor americano dependente desta "troca desigual" tolerada pelos outros parceiros comerciais que não encontram saídas no mercado interno. A "Eurolândia" seria muito capaz  disso, "mas de momento está prisioneira duma forma de fazer política obcecada com a inflação e com o medo do crescimento. A China precisa de melhorar a sua distribuição dos rendimentos duma forma que ligue o rendimento à produtividade. Os sindicatos são o meio natural para isso, mas estão bloqueados pelo sistema político totalitário da China que teme os sindicatos." (ibidem)

Esta situação depende muito, portanto, de condições políticas instáveis fora dos EUA. A decadência americana é a contrapartida do 'presente envenenado' que constitui a predominância mundial do dólar e do seu papel de 'moeda-refúgio'.

Os 'bárbaros' deste império somos, naturalmente, todos nós. Mas a segurança mundial continua a ser, para muitos, o seguro de vida dos 'decadentes'.

 

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