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Olhando à etimologia, uma sociedade corrupta é uma
sociedade que perdeu a coesão (tornou-se 'fraccionária'). Mas é óbvio que o
termo não se aplica à sociedade de classes, que é coesa (funciona como um todo)
na sua própria divisão.
Hoje, porém, assistimos, muito graças à comunicação global,
à degradação desse 'cimento' ou consenso passivo que iludia a fractura social.
Temos, por isso, uma sensibilidade nova em relação a um
fenómeno antigo ao qual se adequa o termo de corrupção.
Desde o latim 'corrompido' pelos bárbaros e a depravação
dos costumes, ou o gosto popular 'corrompido' pela massificação, até à compra
de juízes e deputados tudo é, ao mesmo tempo, uma questão ética e uma dinâmica
de 'subversão' da ordem existente que se confunde com o processo da adaptação.
Só a decomposição do cadáver parece ser irreversível e
significar o fim da vida (mas trata-se apenas de um processo mais longo de
adaptação, a uma escala não humana).
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