"(...) meditar sobre essa estranha faculdade do humano de procurar um método (Vico), quer dizer, "procurar um sistema de operações exteriorizável que faça melhor do que o espírito o trabalho do espírito"(Valéry)
(citação de Christian Gérard)
Poderíamos dizer que a essência do método é um algoritmo? Este 'sistema de operações' tem hoje um enorme sucesso no mundo das comunicações, da produção e dos serviços, e é mais fiável, extensível e replicável do que o mais bem dotado cérebro humano.
De uma certa maneira, por isso, faz melhor o trabalho do espírito do que o próprio espírito. Mas para esta constatação partimos da ideia errada que o espírito se pode confundir com o intelecto e a matemática.
Paul Valéry e Vico não se podiam enganar a esse ponto. Logo, aquelas palavras deveriam, talvez, ser interpretadas como um enigma. Que estranheza é essa pela busca de um método e como se pode pretender que aquilo que é apenas uma parte do espírito se pode substituir ao todo, com vantagem?
Quando Descartes (com 'Le Discours de la Méthode') ergueu a questão da eficácia 'técnica' e da economia do discurso à condição de mecanismo de produção da verdade, não abriu apenas os portões da liberdade (separada) ao cientismo contemporâneo, provocou também o seu 'upgrade' e a separação da ciência como um mundo 'paralelo'.
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