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Vem de há muito tempo o impulso, nos machos da espécie, de transformar o acto que mais nos aproxima dos animais, acto, todavia, nem sempre segregado do convívio, num exercício de comunicação falhado, normalmente à custa do bom gosto e da faiança.
Os desenhos e as expressões obscenas enchem as paredes e, mais recentemente, os números de telemóvel vieram trazer uma espécie de abstracção a este barroco latrinário.
Foi perante os graffiti da Estação do Oriente, escondidos, apesar de tudo, dos olhares da maioria que me veio a ideia de que se poderia compreender o fenómeno que se está a passar nas nossas cidades, onde a compulsão do "tag", ou rabisco sem significado, já tão poucas paredes poupa, como um défice de expressão, numa sociedade que tornou a comunicação obrigatória.
Seria por isso que tantos grupos regrediram a uma espécie de estádio anal da comunicação, tratando a cidade como uma sentina a céu aberto.
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