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"Pode inventar-se tudo, excepto fazer andar uma vaca mais depressa do que ela quer. A civilização vai a passo de vaca...É uma ideia infantil querer forçar o passo da vaca."
(Alain
Isto desqualificaria, como é bom de ver, a ideia revolucionária e, mais ainda, a "queima de etapas". E, se olharmos bem, nenhuma revolução cumpriu as suas promessas, a começar pela mãe de todas, a Revolução Francesa. Podemos dizer que tudo mudou, mas não que mudou conforme o plano, de acordo com a ideia. "A vaca impôs o seu passo". E é, finalmente, uma ideia do homenzinho que se julga maior por estar aos ombros do pai. Como diz Alain, começámos todos por dar ordens a gigantes que gostavam de nós e nos serviam em tudo.
Mas é cada vez mais 'concebível', nos nossos dias, a ideia de reformar a 'vaca', e de a substituir por uma espécie de robot que obedeça à nossa vertigem de velocidade. Por exemplo, para quê fazer o esforço de 'decorar' o básico de qualquer disciplina, quando toda a memória do mundo pode estar ao alcance do nosso telemóvel? Para quê educar e formar se pudermos, um dia, substituir o tempo de aprendizagem por um 'implante'? Ter um mundo de amizades que não vivemos e que depende dum toque no teclado, ou de uma simples instrução?
A finança predadora da 'globalização' já emigrou para esse mundo. Para quê trabalhar, para quê produzir, quando se é um 'lupus wallstreetensis' e o dinheiro se gera a si mesmo?
Mas, para bem de todos, há sempre uma altura em que a vaca mostra os cornos.
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