http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL357121-5603,00.html |
"Não fostes tu que um dia dissestes que, no progresso humano, há sempre uma perna que recua e outra que avança?"
(o general Stumm a Ulrich, em "O Homem Sem Qualidades")
E se o modo como caminhamos fosse o modelo do 'progresso'? Não um movimento decidido para a frente, sem remorsos, mas essa hesitação, esse desequilíbrio em que nos precipitamos para encontrar, um pouco mais adiante, o prumo (e o aprumo)?
Parece evidente que não comandamos essa marcha, nem o rumo dela. Somos levados por uma força incomensurável, na qual representamos o átomo que é a experiência da liberdade.
E sempre que resistimos, como o herói trágico, perante a imagem do destino que aparece, conseguimos às vezes sentir que somos livres. Mesmo como ilusão, é fundamental. Mesmo se adiamos apenas o curso dos acontecimentos.
Escreve Ricoeur:"sem o 'atraso' da liberdade heróica, o destino seria comparável à descarga de um relâmpago, de acordo com a imagem de Sólon;" ('A Simbólica do Mal').
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