Peregrinos |
" Se queres ir de Roma a Jerusalém, segue para sul e pergunta ao longo do caminho."
('Guia dos peregrinos a Santiago de Compostela' referido por Umberto Eco)
Não é por termos um mapa ou um GPS que os encontros e desencontros da vida deixam de se suceder. Mas se à partida temos de perguntar o caminho, a incerteza parece muito maior.
Não há dúvida que ao rodearmo-nos de tanta informação e de instrumentos cada vez mais precisos, satisfazemos um desejo de segurança e nos sentimos como que agarrados à realidade. Mas a precisão é muito relativa. A nossa segurança está assente em alguns mitos confortáveis.
Muitos, como Morin, consideram que a teoria do 'Big Bang', por exemplo, é um desses mitos. É menos ingénuo do que a Teogonia de Hesíodo? Talvez, mas isso é um exercício como o de Mark Twain em "Um americano na corte do rei Artur".
Calafetamos a nossa embarcação para a proteger do que não faz sentido. Coisas que estão no âmago do ser, mas com as quais a grande maioria não consegue conviver.
A morte, em primeiro lugar, claro. Não podemos iniciar a peregrinação sem perguntar pelo caminho...
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