sábado, 21 de setembro de 2013

UM AFRODISÍACO

 


Marguerite de Valois (La Reine Margot)


"Todo esse movimento, muito lento para o fim, durou bem um minuto: eu estive então a ponto de ser morta pelo meu amante! dizia-se ela.
Esta ideia transportava-a para os mais belos anos do século de Carlos IX e Henrique III."

"Le Rouge et le Noir" (Stendhal)


Patrice Chéreau fez um filme sobre essa época tumultuosa ("La Reine Margot"). A intriga e a loucura do poder deixam-nos desses tempos um retrato impiedoso, em que os sentimentos e a piedade parecem ter abandonado os seres humanos.

Mas é preciso compreender Stendhal e o seu amor da energia. É que o país, depois da Revolução e das guerras napoleónicas estava envelhecido e exausto.

A centelha romântica que despertava a imagem duma rainha transportando a cabeça do amante era necessária a um carácter como o de Matilde para fazer dum pequeno susto de salão uma tragédia.

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