"Segundo a minha opinião, está-se mais perto de negociar uma paz verdadeira com a Alemanha armada do que com a Alemanha em posição de vencida. Porquê? É que em posição de vencida tudo o que ela promete é nulo."
Alain
Humilhar uma grande nação nunca dá bom resultado, como se viu com o Tratado de Versalhes que pôs fim à primeira guerra mundial.
Apesar da força actual dos que impõem as condições humilhantes, é mais do que certo que a nação enfraquecida só respeitará tais cláusulas enquanto não recuperar as forças.
Por isso, é verdade que a igualdade de condiçōes, o equilíbrio de forças promete uma paz mais duradoura. Nenhum país moderno atingiu ainda o estádio da força indiscutível que era o da Roma Antiga. Mas havia razões ainda mais decisivas do que a força militar para justificar o ascendente do império. O mito da grandeza é uma delas.
A opinião de Alain, apesar de ser muito razoável, não deixava de ser alimentada pelo movimento pacifista da época, que deu a Hitler o tempo de que precisava. A singularidade do homem e do momento alemão tornavam a política pacifista num aliado objectivo dos nazis.
Steiner, referindo-se ao 'Mein Kampf', diz: "Há ainda muita coisa por analisar na linguagem de Hitler, essa antimatéria do 'Logos' (Steiner; "Martin Heidegger"). No terreno da negatividade e do niilismo, a razão faz 'harakiri'.
Com as devidas distâncias, estaremos assim tão longe disso nesta crise europeia, em que alguns teimam em ver apenas uma questão de virtudes e de vícios, de poupados e de gastadores?
Não há por detrás deste drama uma lógica negativa?
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