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"a 'selecção natural', no sentido darwiniano da expressão, não chega para explicar a miraculosa coincidência entre o aspecto imitativo e o comportamento imitativo, nem há que recorrer à teoria da "luta pela vida" quando um expediente de protecção é levado ao ponto da subtileza mimética, à exuberância e a um luxo tão excessivos tendo em vista o poder de apreciação que existe no seu predador. Na natureza descobri as delícias não-utiltárias que eu andava a procurar na arte.
Vladimir Nabokov ('Fala, Memória')
Este excesso da natureza parece guiar-se por um princípio contrário ao da razão e da economia. Mas, provavelmente, é apenas o resultado da aleatoriedade que existe no mundo natural. Assim como no movimento browniano, a homogeneização de um liquído com partículas suspensas é conseguida apenas pelo jogo do acaso nessas moléculas.
Enfim, o aleatório nas coisas humanas nunca poderá corresponder a um fim consciente. Talvez seja por isso que os economistas, por exemplo, falham tão redondamente.
Por outro lado a poesia é o que mais se aproxima do luxo da natureza. Isso acontece porque não tem um fim e o que alcança é quase só por acaso.
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