Ludwig Van Beethoven (1770/1827)
"Um viajante inglês, Russel, que o viu ao piano, por volta de 1825, diz que quando ele queria tocar suavemente, as teclas não soavam, e que era pungente nesse silêncio seguir a emoção que o animava, no seu rosto e nos seus dedos crispados."
"Beethoven" (Romain Rolland)
Este testemunho e o do seu amigo Schindler sobre a representação de "Fidélio" em 1822 e a terrível depressão que se seguiu: "(...) era evidente que ele não ouvia nada do que se passava no palco. Tardava consideravelmente o andamento; e enquanto a orquestra seguia a sua batuta, os cantores apressavam-se por sua conta.", são o retrato da trágica solidão dum homem que, sendo afável e social, teve de escolher por divisa:
"Durch Leiden Freude" (a alegria através do sofrimento).
Como outro Prometeu agrilhoado no seu Cáucaso de silêncio, perseguido pela desgraça, esculpiu a vigorosos golpes de vontade o deus interior que se tornou música.
Um moderno Plutarco não deixaria de erigir a vida de Beethoven em exemplo de heroísmo.
Infelizmente, parece haver uma tarefa mais urgente a propor à juventude: a de se descobrir e si mesma e de inventar os seus próprios valores. De "seguir o que sente."
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