segunda-feira, 29 de abril de 2013

A FEITICEIRA

 

"A mediocridade vingou-se bem; ela foi queimada, ela que era o Espírito e a Vontade, pela burocracia desse tempo. Mas, por minha fé, é talvez a mais bela história humana (...)."

Alain

Ela era, evidentemente, Jeanne d'Arc, a feiticeira de Michelet. O seu processo, manipulado pelo ocupante, fascinou alguns dos maiores nomes do cinema.

Jeanne foi uma heroína transparente como a água dos ribeiros, pela idade, pela fé ingénua, mas ardente. Por vir do país 'profundo'. Por ainda não ter nascido ainda a psicanálise e a psiquiatria. Quem dúvida que muito antes de chegar à audiência do rei recebesse um belo diagnóstico de esquizofrenia ditado pela Inquisição 'científica'? Não ouvia vozes a pastora de Domrémy? Qualquer Zyprexa ou Risperidona privaria a França do seu símbolo maior.

Quis a sorte que 'la pucelle' fosse adoptada pela direita mais retrógada do país, o que equivale a um novo processo e a uma nova injustiça. A mediocridade vinga-se sempre. Pela sua 'burocracia', a das religiões mortas, ou pela estupidez e a falta de coragem.

A 'mais bela história humana' tornou-se simplesmente ilegįvel.

 

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