quarta-feira, 14 de novembro de 2012

SUPERSTIÇÃO





"Porque da mesma maneira que o rugido do trovão, como dizem os partidários dos Epicuristas, não significa a manifestação dum qualquer deus - é no entanto o que imaginam as pessoas comuns e supersticiosas (...)"

(Sextus Empiricus)


Não foi fácil erradicar essa superstição popular, tão útil durante o tempo que durou, se virmos bem as coisas.

A explicação moderna no espírito das gentes não é mais do que uma opinião 'verdadeira', no entanto suficiente para uma vida normal, no que se aproxima estranhamente da superstição que muitos crêem um fenómeno ultrapassado.Se nos virarmos para as 'ciências' sociais, então o que mais falta são 'epicuristas' que tenham deixado a magia e a superstição para trás.

Nunca se falou tanto de economia como no tempo presente, nunca se ouviu tanto os economistas dos vários quadrantes fazerem tantas profecias e 'explicarem' os factos que não souberam prever. Mas a superstição é de tal ordem e está-lhes tão entranhada que podem falhar como as Moody e os Fitch na previsão da grande crise da economia ocidental ou recomendarem purgas que matam o doente como a troika a que a Europa dos grandes negócios nos atrelou, que nem uns nem outros aprendem com a experiência. Continuam como os moinhos budistas a recitar a sua ladainha. Acreditam no deus escondido no ribombo do trovão...

Ou então, não podiam estar mais conscientes dos desastres que provocaram (pelo menos já percebemos um princípio de divisão), mas como bons funcionários seguem ordens e até mudar a directiva alemã, a realidade só tem que esperar.


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