quarta-feira, 7 de novembro de 2012

OUTRAS MALHAS

Arthur Schopenhauer



"Imaginai um instante que o acto da geração não fosse nem uma necessidade nem uma volúpia, mas um assunto de reflexão pura e de razão: poderia a espécie humana ainda subsistir?"

(Schopenhauer)


Mais difícil ainda de imaginar  é como foi possível criar pela pura dialéctica da natureza um dispositivo tão 'providencial' para garantir a sobrevivência das espécies. São os mais propensos à volúpia que vencem essa luta pela vida?

Em qualquer caso, temos aqui a melhor imagem da 'instrumentalização' humana. Fosse ele o mais descrente e o mais misantropo dos homens, seria 'levado' neste jogo da natureza. Por causa disso, não há misantropia consequente.

Kant timbrou a célebre 'astúcia da razão'. E podíamos, atrás do hegelianismo, conceber uma razão imanente que seria outro modo de reentronizar o Criador.

O 'instinto genésico' remete-nos, de qualquer modo, para a posição da criatura.

Só que a demografia no nosso país, por exemplo, conta uma outra história que já não é a do triunfo da vida, tal como a conhecemos. 

Em que novas malhas estamos metidos?

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