“O importante é repartir e dar, não a conversação social à volta da mesa. Mas, por outro lado, é surpreendente como a convivência se torna crítica sem refeição.”
Walter Benjamim (“Rua de sentido único”)
Como escreveu Alain, para compreender um pensamento não devemos começar por criticá-lo. Por algum lado ele é verdadeiro, nem que seja por reflectir uma experiência pessoal e intransmissível.
Mas tanto mais neste caso, em que a ideia vem ao encontro da sabedoria das nações e da prática dos negócios, por exemplo.
Talvez Benjamim queira dizer que não é apenas o nivelamento pela necessidade que acontece num repasto em comum, mas também que é dado à atenção um objecto (atenção que é de algum modo sempre hostil, quando não é instintiva e não dá lugar à confiança).
Sem que se abandone completamente o poder de observação, podemos desviar-nos o suficiente do duelo de interpretações dos sinais que duas pessoas involuntariamente lançam uma à outra.
Afinal, é como dançar (há uma canção que diz: 'guilty feelings have no rythm').
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