Robert Musil (“O Homem sem Qualidades”)
Costuma-se dizer que quanto mais se aprende menos se sabe, o que faz todo o sentido, uma vez que, à medida que vamos alargando o horizonte do nosso conhecimento, vemos reduzir-se a importância do que já sabemos e a sua pertinência.
Mas o que Musil diz não é isso.
Ele afirma que o que julgamos saber é um obstáculo para a nossa inteligência, do qual temos que nos alhear para pensar verdadeiramente.
De que nos serve, então, a acumulação de “detalhes”? Para nos enchermos de nós, numa altura em que o erro antropocêntrico parece julgado.
A nossa teia tornou-se tão espessa que já não deixa passar a luz.
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