sexta-feira, 16 de novembro de 2012

MARCIANOS




Um homem, de quico na cabeça e em fato de banho (neste Novembro que pede já uma camisola), joelheira, o cabelo apanhado atrás num puxo, constrói nos rochedos da Foz o que me parece um dique feito de pedras e areia, “julgando-se feliz talvez”.

Suponho que seria assim que um marciano, mas menos mal intencionado do que os de Wells, olharia para a azáfama da nossa colmeia, em que tudo aquilo que não parece “santificado” pela necessidade tem o ar duma irremissível futilidade.

Mas a ilusão é possível que seja tão indispensável à vida como os artigos de primeira necessidade.


0 comentários: