Isaac Le Chapelier |
"Foi uma lei revolucionária ( a Lei Le Chapelier de
14/6/1791) que aboliu as corporações, as associações de trabalho e de ajuda
mútua, as assembleias de camponeses e de operários."
(Fr.Jean-Michel Potin)
A Revolução foi centralizadora, mas a figura do rei
deixara de ser o centro. O povo,
abstracção racional, passou a tomar o lugar do monarca. O absolutismo preparou
essa passagem a partir do momento em que se identificou com o Estado. 'L'état
c'est moi' era uma usurpação incompreensível para um 'ungido do Senhor'. A
natureza do estado é outra e ninguém a compreendeu melhor do que o autor
daquela declaração prepotente.
Luís XIV conheceu a Fronda e o poder dividido, com a
sensibilidade de um estadista. Estou a pensar no filme que Rossellini fez para
a televisão. Aí se vê, que na peugada do seu mestre, Mazzarini, foi o grande
percursor da centralização do estado europeu. Tal como a Razão, que os
jacobinos iriam endeusar um século depois, o Estado é um poder redutor de
qualquer poder paralelo.
Assim, os 'pais' da revolução moderna começaram por
atacar tudo o que pusesse em causa o novo princípio dum poder regido pela
racionalidade administrativa, incluindo todas as formas, algumas das quais
foram recuperadas depois, de expressão e de organização populares.
É que a administração é racional em si mesma. Assim
Lenine a concebia, já separada do político e podendo ser confiada a uma simples
cozinheira.
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