"O que é mais impressionante aqui não é apenas a sua
atribuição desta exaltante noção de desejo à sua primeira adolescência - o
facto pertinente não é que ela tenha sofrido mas que recorde ter sofrido - como
se tivesse recoberto a sua evocação pela linguagem sugerindo um conto de
fadas."
(Thomas Nevin:"Simone Weil - Portrait of a
Self-Exiled Jew")
Nevin refere-se a um fenómeno psicológico demasiado
conhecido, e talvez esteja influenciado pela 'má vontade' presente desde o
princípio na sua força iconoclasta. De facto, como americano, fora da tradição
filosófica de Weil, procura ser justo, mas à maneira dum procurador do
'temperamento' anglo-saxónico.
Desde logo, a insistência em todas as peculariedades duma
personalidade fora do comum para despistar uma mania. E isso equivale a
instruir, em paralelo à análise das ideias, um processo 'mental'.
A essa luz, até um santo 'ecuménico' como S. Francisco
podia ser definido como um louco ('louco de amor' diria Simone).
Quanto à espécie de mitomania construída a partir da
infância por tantos heróis da humanidade, não é isso, no fundo, o que quer dizer
'acreditar em si próprio'? É preciso lembrar que a inspiração que nos vem da
infância podia ser definida como um 'conto de fadas'?
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