quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O MÍSTICO REAL



"A mais bela emoção que podemos experimentar é mística. É a sementeira de toda a verdadeira arte e ciência. Aquele para quem esta emoção é estranha...é como se estivesse morto. Saber que existe realmente aquilo que é impenetrável para nós, manifestando-se-nos como a mais alta sageza e a mais radiante beleza, as quais as nossas pobres faculdades só podem compreender na sua mais primitiva forma, este conhecimento, este sentimento está no centro de toda a verdadeira religiosidade. Neste sentido, e neste sentido apenas, eu pertenço às fileiras dos homens devotadamente religiosos."

(Einstein:  "Strange  Is  Our  Situation  Here  On  Earth")

É preciso ter alcançado a 'visão dos cumes' e a maior paz interior, para, com estas palavras, desiludir tantos crentes na magia da falsa ciência e nos milagres do desenvolvimento tecnológico, que pensam, erradamente, que o 'místico' pertence definitivamente a um passado tenebroso.

A verdade é que grande parte das pessoas trocou essa 'impotência' natural (no sentido de uma falta de poder, na impossibilidade de 'agarrar', de transformar e, no fundo, de compreender), pelo pequeno orgulho humano de aplanar uma montanha ou dar um pulinho até ao nosso satélite. Os nossos limites parecem ter-se deslocado, cada vez para mais longe, mas falta-nos a verdadeira 'perspectiva'.

Agora, que começamos a sentir os efeitos da nossa pressão sobre o planeta, tudo é um pouco mais confuso. A religião imanente, sem mistério, nem impenetráveis segredos, sem o reconhecimento do 'factor humano' em tudo o que julgamos saber sobre o Universo, sobre o passado e o presente, confiados na paradoxal eficácia dos nossos métodos de 'desbravar' a terra, está a revelar-se contraproducente, incapaz de conservar sequer a nossa casa planetária.






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