quarta-feira, 20 de novembro de 2013

SÓ SEI QUE NADA SEI


"Saber, é saber que se sabe."

(Alain)


De outro maneira, é saber como uma máquina sabe. Hal, o computador de "2001, uma Odisseia no espaço", sabe? Ele é capaz de enganar os tripulantes, por todos os meios ao seu alcance, para levar a cabo a sua missão, como se esse objectivo fosse a sua única razão de ser. É isso que o desqualifica irremediavelmente. Quando mente, Hal, refere-se a uma verdade instrumental. Não é verdadeiramente mentir, porque o camaleão, o mais ilusionista dos caçadores de insectos, se disfarça por 'mimetismo', como parte do 'programa' da natureza.

Mas saber que se sabe é, forçosamente, também saber, como Sócrates, que não se sabe. No momento do juízo só a fé existe. Depois dele, o próprio pensamento é coisa e monumento.

É bem verdade que a tradição é o que lembra o pensamento a si mesmo. E quando ela se esquece ou se perde de vez, 'saber que se sabe' torna-se quase impossível.

 

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