Galileu Galilei
Gibbon, na seu monumental "Declínio e Queda do Império Romano", aponta cinco causas para a evolução do Cristianismo:
" I - O inflexível e, se é que podemos empregar tal expressão, intolerante zelo dos cristãos, resultante, é bem certo, da religião judaica, mas expurgado do espírito estreito e insociável que, em vez de convidar, demovera os gentios de abraçar a lei de Moisés;
II - A doutrina de uma vida futura, aperfeiçoada por todas as circunstâncias adicionais e susceptíveis de conferir peso e eficácia a esta importante verdade;
III - Os poderes milagrosos atribuídos à Igreja primitiva;
IV - A pura e austera moral dos cristãos;
V - A união e disciplina da comunidade cristã que, a pouco e pouco, constituiu um Estado independente e florescente no seio do Império Romano."
A Igreja católica é, sem dúvida uma das instituições que mais resistiu à prova do tempo, ultrapassando em muito, por exemplo, a longevidade do Império Romano.
Todas as causas apontadas por Gibbon podem explicar, como ele diz, a evolução, mas em nada nos esclarecem sobre uma permanência que só encontra comparação nos tempos faraónicos.
O segredo destes governos teológicos é que, parecendo não se moverem (o problema é que não conseguem ficar parados), realçam o efémero de todo o movimento circundante.
Como uma constelação, inscrita noutro céu que não o da astrologia, convertem os acidentes do mundo e as próprias revoluções em pura "relatividade", insubstancial como as modas.
E, no entanto, movem-se...
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