quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A MORAL SEM REDE

"Não tinha ele dito que no momento mais alto de um homem não havia nem bem nem mal, mas somente a fé ou a dúvida?"

"O Homem Sem Qualidades" (Robert Musil)

O hábito ou o exemplo decidem do bem e do mal, na maior parte dos casos. A consciência vigilante é devoradora de energia e, algumas vezes, de bom senso. Não se pode viver assim, sem regressar à forma de cada um.

Sabendo disso, alguns líderes políticos 'cavalgam' o entusiasmo popular ("o meu reino por um cavalo!", dizia o Ricardo III do poeta inglês) para melhor o reconduzirem ao estábulo.

Mas há, de facto, momentos em que não há nada nos hábitos nem nos exemplos que nos ajude. Ora, o que são o bem e o mal quando temos de pensar nisso? É como dizia Agostinho a propósito do tempo. Eu sei o que é o tempo, mas se me perguntarem o que é, vão-se-me todas as certezas.

Ficam a fé e a dúvida, como no exemplo de Ágata, em Musil.

 

 

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