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"As coisas que têm de ser tidas por certas perdem a sua força quando surgem na forma de proclamações arbitrárias...Fazer erradamente com que certas matérias sejam legisláveis resulta apenas na limitação, se não na anulação completa, daquilo que se tenta salvaguardar."
(Henry Kissinger)
Mas parece que só deve ser assim porque não conseguimos 'programar' com suficiente eficácia num mundo aberto. O sonho de qualquer monstro orwelliano é o de fechar o mundo ao imprevisto e poder desprezar o imprevisível.
Desde a República platónica que o ideal político continua a ser o do máximo controlo e da ordem espontânea (as cadeias não têm que se ver, pois a 'transparência' é o 'nec plus ultra"). Popper em 'A Sociedade Aberta e os seus Inimigos' elege Platão como o grande inspirador da ideia 'totalitária'.
Mas, por outro lado, todos os nossos esforços na ciência tendem para um controlo cada vez maior sobre as nossas vidas, vencendo doenças e as causas da instabilidade social e das revoluções políticas.
A URSS é filha dessa 'utopia' e só falhou por ter tornado as coisas piores comparativamente com alguns expoentes de um sistema 'historicamente ultrapassado'. A conclusão a tirar desse desfecho é pois que o controlo exercido não podia abarcar a 'realidade' e se tinha tornado conspicuamente opressor.
O famoso 'pragmatismo' da cultura anglo-saxónica não é mais do que prudência disfarçada em doutrina liberal.
Kissinger, evidentemente, nisto, tem razão. Para quê pressupor um poder e uma visão que (ainda) não podemos ter?
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