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"O consenso é apenas um estado das discussões e não o seu fim. Este, na verdade, é a paralisia."
Jean-François Lyotard ("La condition post-moderne")
Isso depende do tempo de que se trata. O tempo da acção não é paralisado pelo consenso, antes pelo contrário. Ele pode ser o clique que a precipita, por corresponder a uma opinião previamente condicionada e aparentemente 'espontânea'.
Porém, a discussão foi tão-só interrompida pelo consenso. Os 'dados', uma vez lançados, modificam a situação e as opiniões. Se a 'assembleia' permanecesse em discussão aberta depois do primeiro consenso, logo a necessidade de um segundo acordo se apresentaria, confirmando ou alterando a sua primeira forma.
Não é assim, evidentemente, que funcionam os órgãos políticos de decisão. O que se parece mais com o modelo implícito de Lyotard é a reflexão solipsista que, de facto, mesmo se o acordo é apenas consigo própria, não pode deixar de continuar a discutir.
Claro que o 'fim da discussão' corresponde a uma paralisia do pensamento para o indivíduo, mas é um pressuposto da acção. Razão por que faltam ao 'solipsista' as motivações 'terrenas' para agir.
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