sábado, 27 de fevereiro de 2016

INCONSEQUÊNCIAS DA ACÇÃO

Atlas


"Assim, pois, se resumem todas estas inconsequências da acção: quase nunca fazemos tudo o que queríamos; fazemos muitas vezes o que não queremos; acabamos por querer aquilo que não queríamos. Primeiro, é quase sem sabermos que surge a acção contrária ao querer; depois, consente-se no conhecimento que temos dela; e o que fazíamos sem o vermos, o que fizemos sem o querermos, acabamos por querê-lo como o fazemos."
"L'action" (Maurice Blondel)

Com tais desmentidos da nossa ciência e do nosso poder, só temos que admirar a sabedoria dos Antigos que, ao menos, nunca acreditaram que fôssemos senhores do nosso destino.

Digo mais, se fôssemos capazes de ver à distância todos os antecedentes e todas as consequências dos nossos actos, não encontraríamos, em lado nenhum, o Atlas a quem pudéssemos impor o fardo da responsabilidade.

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