"A 'antropologia', diz Lévy-Strauss na conclusão de 'Tristes Tropiques', pode hoje ser considerada uma 'entropologia': o estudo do homem passou a ser o estudo da desintegração e da extinção certas."
(George Steiner)
É a Física e a segunda lei da Termodinâmica que enformam este pensamento, que nos ditam um ponto de vista 'não-humano', aparentemente longe do antropocentrismo.
"(o homem) surge como uma máquina, talvez mais aperfeiçoada que as outras, trabalhando para a desagregação de uma ordem original e precipitando uma matéria poderosamente organizada numa inércia cada vez maior e que será um dia definitiva. Desde que começou a respirar e a alimentar-se até à invenção dos engenhos atómicos e termonucleares, passando pela descoberta do fogo (...), o homem nada mais fez do que alegremente dissociar milhares de milhões de estruturas para as reduzir a um estado em que elas não são mais susceptíveis de integração."
("Tristes Tropiques")
A pergunta que ocorre imediatamente é se a consciência, imparável, de que a ciência é apenas o primeiro andar da caverna platónica, tomando a própria sombra como as figuras do cosmos, não vai forçar-nos a mudar de 'paradigma', como dizia Michel Foucault.
De resto, a ideia de que a nossa presença na Terra pode durar, em termos relativos, o tempo do riscar de um fósforo, ou o cenário da entropia por si mesma não parecem menos absurdas do que a hipótese de que 'viemos para ficar' na nossa 'verdadeira casa'.
De resto, a ideia de que a nossa presença na Terra pode durar, em termos relativos, o tempo do riscar de um fósforo, ou o cenário da entropia por si mesma não parecem menos absurdas do que a hipótese de que 'viemos para ficar' na nossa 'verdadeira casa'.
0 comentários:
Enviar um comentário