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"Ulrich tinha-se simplesmente divertido com a ideia de que o amor, para nascer e para durar, não dependia de nada de essencial. Ama-se alguém a despeito de tudo ou por causa de nada; ou então é tudo imaginação, ou esta imaginação é um todo como o é este mundo, onde não há um pássaro que caia do telhado sem que Aquele que tudo vê o saiba."
"O Homem Sem Qualidades" (Robert Musil)
A razão não pode conceber que neste mundo onde 'tudo está ligado' exista um princípio independente que ignore o que é essencial a uma ideia do mundo. A alternativa é que o amor seja uma ilusão 'consistente', a ponto de criar um mundo independente das leis da Física e de todas as 'regularidades' com que o mundo real nos constrange e, ao mesmo tempo, sustenta.
O amor seria, então, uma das 'ilusões' (ou 'imaginações', como pensa Ulrich) que faria de nós humanos (e não apenas racionais).
Cabe aqui um comentário sobre o famoso referendo da Grécia que não pode ser julgado pela razão 'financeira'. Mesmo se admitirmos que é um caso da 'teoria dos jogos' ou uma perigoso jogo de 'poker', fica o mais importante por explicar.
Seria preciso, por exemplo, enquadrá-lo no mundo da 'imaginação consistente', em que a glória da Grécia Antiga e a ideia do berço da Democracia desempenhassem uma função essencial.
Já se disse que a Europa sem a Grécia está morta. Morreria conforme o mito no labirinto do Minotauro. Se o mito não criasse também o Herói.
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