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"O papel da física matemática é exactamente levantar questões, apenas a experiência pode resolvê-las."
(Poincaré)
Neste caso, de acordo com o raciocínio intuitivo, as questões teóricas não nasceriam da experiência, mas da própria teoria. É a ideia de uma rede de pensamento cobrindo o mundo.
Mas o grande matemático diz a seguir que os problemas teóricos só podem ter solução na experiência, o que já me parece objectável. Porque a teoria é consequente consigo mesma, em primeiro lugar, e a referência ao mundo não lhe é essencial. Qual é, pois, a relação entre a 'experiência' e a 'rede do pensamento', ou o mundo das ideias?
Para que a 'solução' na experiência de qualquer problema da 'física teórica' seja possível, tem de se acomodar à 'rede' ou provocar uma adaptação na lógica do reticulado. A teoria da relatividade deveu o seu enorme sucesso à sua capacidade de 'explicar' o mundo melhor do que qualquer outra teoria. A 'confirmação' pela experiência venceu as resistências e consagrou a 'relatividade', a nível mundial. Significa isso que o verdadeiro problema (teórico) não estava resolvido antes daquele sucesso?
É porque a ciência tomou partido por um mundo sem milagres, sem essência inacessível, sem intenção divina ou satânica que o nosso mundo se tornou o objecto passivo da análise teórica. O pensamento nunca é repelido pela força se se aprender a arte de navegar.
A rede, ou a prótese mcluhaniana do nosso cérebro (que o 'numérico' da Internet parece ter demonstrado de uma forma espectacular) dir-se-ia que contorna todos os obstáculos, simplificando o universo, cuja realidade deixou de nos interessar.
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