"Não deveríamos concordar quer com o elogio de um uso benéfico dos mídia, quer com aqueles que gritam contra a manipulação, pela simples razão de que não há relação entre um sistema de sentido e um sistema de manipulação. A publicidade e o voto em eleições seriam incapazes, mesmo que quisessem e disso se reclamassem, de alienar a vontade ou a opinião de quem quer que seja, pela razão de que não actuam no espaço/tempo da vontade e da representação em que o juízo é formado. Pela mesma razão, embora invertida, é-lhes completamente impossível lançar alguma luz sobre a opinião pública ou a vontade individual, uma vez que não actuam no espaço público, no palco do espaço público."
"As Massas: A implosão do Social nos Mídia" (Jean Baudrillard)
Não há verdadeiros enganados. A auto-ilusão basta para explicar tantas expectativas goradas na política. Pensar não é fácil, pode ir contra as nossas ideias 'subterrâneas' ou contra os nossos hábitos mais arreigados. De resto, em terreno incerto, as conclusões precipitadas de uma razão 'empregada' do Sistema I (o das nossas intuições - Kahnemann) são sempre 'conservadoras' e ao lado da questão.
Há, evidentemente, um 'faz de conta', na política, como na publicidade. Os mais experimentados, até podem tirar um prazer perverso do desplante dos 'marketistas' ou das acrobacias dos políticos.
Como diz este profeta, toda a gente simula e a verdade não pode ser invocada dentro dos sistemas. É verdadeiro o que funciona e o que faz sentido.
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