"No dia do julgamento, o jornal do partido, 'Izvestia', deixou claro que "o marxismo-leninismo não reconhece a liberdade igualitária de expressão."
(Martin Gilbert, a propósito da repressão, pelo governo da URSS, do fenómeno 'samizdat', iniciado nos anos sessenta)
Com toda a coerência, o órgão do partido reconhece a liberdade de opinião apenas aos que pensem como o comité central. Mas o que destoa (e trai ao mesmo tempo o fundo doutrinário), é a expressão 'igualitária' que se justapõe à palavra liberdade.
Declara-se, em primeiro lugar (e muito logicamente) que a liberdade não é para todos, mas responde-se, de passagem, à crítica que no país da 'verdadeira' igualdade, uns sejam 'mais iguais do que os outros', sustentando-se que o direito de opinião faz, na verdade, parte daquela liberdade 'desigual''.
O marxismo-leninismo, como a doutrina zelosa que é, 'não 'reconhece', simplesmente, igualdade às outras doutrinas, de resto, rebaixadas à categoria de ideologias, e teme, como Jeová, que outros templos ocupem 'os lugares altos'.
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