terça-feira, 14 de maio de 2013

DOS MORTOS NADA SENÃO BEM

 

"De mortuis nihil nisi bonum.

Diógenes Laércio


Os mortos deixaram de discutir e de cometer erros. Não se vergam já para o chão sob o peso da idade e na estranheza da morte.

O esquecimento ( como o Letes ) lava-os das últimas imagens que uma câmara indiscreta deles nos deixou.

Apenas o que nos faz viver guardamos deles e é o melhor das suas vidas.

Em certo sentido, subiram ao céu dos deuses Lares, como estátuas de sereno semblante que podemos invocar dentro de nós, a toda a hora.

Como dizia Alain, tudo nesta religião natural é verdadeiro.

E, contudo, não há factos, apenas poesia e sentimento.

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