O Príncipe de Condé
"(...)Marigni contou-me, quase na mesma altura, que, encontrando-se nos aposentos do Senhor Príncipe, e tendo notado que este lia com atenção um livro, tomou a liberdade de lhe dizer que era preciso que fosse uma bela obra, visto que dela tirava tanto prazer, e que o Senhor Príncipe lhe respondeu:" é verdade que tiro muito, por que é preciso que eu conheça as minhas faltas, as quais ninguém ousa dizer-me."
"Memórias" (Cardeal de Retz)
O príncipe de Condé diz bem. Os poderosos não têm acesso à verdade através dos que os rodeiam.
A lisonja ergue um muro entre a verdade e o que é suposto eles gostarem de ouvir.
Mas existe também uma corte interior em que o preconceito é rei. Os aduladores ( o interesse, a preguiça ou a vaidade ) barram o caminho à justiça de mãos nuas, à verdade suplicante que não tem força se não quisermos.
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