(Batalha de Queroneia) |
"A última imagem da 'areté' (virtude), na Grécia, é o campo de batalha de Queroneia, juncado de cadáveres dos jovens de Tebas. Estes corpos apresentavam-se dois a dois: eram todos pares de amantes que tinham partido para o combate, um perto do outro, contra os Macedónios. Foi a última batalha da Grécia. A partir desse dia, Filipe e Alexandre transformaram-na em museu."
(Roberto Calasso)
A 'perfeição' (que faz parte do sentido de 'areté') deste morrer juntos dir-se-ia que se sobrepõe ao próprio objecto do combate. Não é preciso que a batalha tenha sucesso, se os 'amigos' cumprem a promessa do 'até à morte'.
Os reis da Macedónia ficariam, então, com as pedras dos templos, com a escultura, a epopeia e o drama. Alexandre dormirá com Homero à cabeceira e terá Aristóteles como mestre.
Mas já não é a vida, a vida daquela 'amizade' que nos é tão estranha. Uma outra 'areté' surgirá segundo outros códigos.
A nostalgia de Calasso é poética e 'verdadeira', sem ser histórica.
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