segunda-feira, 4 de abril de 2016

A OBJECTIVIDADE DO COLECTIVO



"A matemática é, portanto: tão objectiva que apenas ela é verdadeiramente colectiva; tão colectiva que apenas ela é verdadeiramente objectiva:"
(Michel Serres)

Que significa esta redução, na matemática, do universal para o colectivo? Serres parece pensar num contexto político, mais do que numa abstracção 'para-teológica'. É uma saída intencional da Razão Iluminista do século XVIII que veio durante um tempo a disputar o trono celeste.

Ao fim de contas, vamos encontrar aqui a melhor justificação de Rousseau e da sua descendência democrática. A 'vontade da maioria' adquire uma espécie de certificação racional, com esta comparação entre o colectivo e a objectividade e a matemática. O colectivo no seu modo estático, entenda-se, ou não soubéssemos que a sua dinâmica o pode transportar para as regiões ignotas de um deus como Pã.

Esta outra história da matemática é, porém, adequada à nossa imperfeição. E, de alguma maneira, continua o Kant da 'Razão Prática'.


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