Numa conversa ao almoço, com um professor, a certa altura tive que expor uma originalíssima ideia de Alain e as palavras não chegaram, tal é a força da "doxa".
A ideia é que a melhor forma de ensinar não é a demonstrativa. Por exemplo, substituindo as palavras pela imagem do objecto.
Esta tendência é, como se sabe, dominante, e vai da televisão aos guias do American Express.
A imagem, de facto, parece dizer tudo, mas deixa-nos afásicos, sem pensamento articulado (embora com emoções estéticas).
Por isso, e por paradoxal que pareça, quem sabe descrever um objecto que nunca viu sabe mais sobre ele do que quem apenas viu a sua imagem.
É que só se sabe o que é linguagem.
Sentir é outra coisa.
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