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"Quando o sábio aponta a Lua, o idiota olha para o dedo."
(provérbio chinês)
É também comum, o idiota pensar que sabe o que diz ao apontar para a lua, quando nunca deixou de falar do dedo.
Um écrã pode fazer de uma aldeia primitiva uma comunidade de idiotas? Uma história da antropologia diz-nos que as pessoas só olharam para o canto da tela, por onde se esgueiravam umas galinhas. Mas é claro que 'compreendo' o provérbio chinês. Há nele toda uma sabedoria prática que nasce da necessidade de uma hierarquia.
Platão ensinava passeando pelos jardins da escola (quem diria que a arte do buxo podia vir em auxílio do mestre?). Mais perto de nós, a 'escola republicana' amarrou o aluno à sua carteira para não se distrair. Na verdade, o principal objectivo era educar a postura e adequar o futuro trabalhador às necessidades da fábrica ou da secretaria.
Hoje, a família mudou, o trabalho mudou e muitos dos nossos hábitos são condicionados pela tecnologia. O aluno pode ser o principal culpado da falta de atenção e da indisciplina?
Voltando à velha sabedoria chinesa: um 'laser' pode chamar a atenção por uns tempos (e ainda se podia acrescentar uma gama de sons), mas nunca é mais do que um dedo. A lua tem cada vez menos hipóteses.
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