"(...) já que um homem quando dorme está mais próximo
da astronomia que da sua cama
propriamente dita."
da astronomia que da sua cama
propriamente dita."
"Viagem à Índia" (Gonçalo M. Tavares)
É raro pensarmos nisso, mas o que é feito de 'nós' durante o sono? É muito estranho que só vejamos nisso o cinema interior ou a mina freudiana dos sonhos.
Tudo à nossa volta são pessoas, nem sempre muito despertas, é verdade, senão sonâmbulas, e as nossas tentativas de organização, cada vez mais complexas à medida que o sistema que formamos cresce em inter-relações.
Segismund Freud deu uma grande ajuda na ocultação do fenómeno (não há 'revelação', sem escondermos uma parte do mundo 'debaixo do tapete' ou no 'armário dos esqueletos). Foi um esforço de racionalização genial, e a organização dependia disso.
Mas aconteceu com o sono o que desde sempre acontece com a morte, a grande incompatibilidade com a apolínea razão. Evacuámos a morte (pela Cloaca Maxima do hiper-hiper sistema que gere o inconsciente, não-freudiano, naturalmente), como evacuámos o seu putativo 'irmão' ou também dito 'vestíbulo' da dita.
A imagem astronómica de GMT é perfeita. Mas a 'astronomia' aparece em lugar de quê?
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