"Lost in Translation" (2003-Sofia Coppola)
A despedida, em "Lost in translation", é de antologia.
Ele (Bill Murray) manda parar o táxi, a caminho do aeroporto, para a abraçar, sem testemunhas, não apenas como o companheiro relutante desses dias solitários, numa cidade como Tóquio.
O esboço duma relação sexual esteve sempre presente, como não podia deixar de ser. Mas ele beija-a, retirando a esse beijo tudo o que normalmente anuncia. Como em certos jogos, é um acto que não conta.
Ambos sabem que nada se vai seguir, nem pode seguir-se; mas mesmo assim há uma necessidade nesse beijo que não é da ordem do amor. Como se o último homem e a última mulher se encontrassem.
O título do filme é muito feliz. Traduzida, a necessidade desse beijo perde-se.
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