segunda-feira, 30 de março de 2015

O FIM DO MUNDO OUTRA VEZ

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Segundo o artigo do 'Público' "O que é o Estado Islâmico?" ('The Atlantic'), o islamismo do EI é para levar a sério. Não se trata de um grupo oportunista, servindo-se da religião como um pretexto. Eles querem mesmo o retorno do passado que existe no imaginário de milhões de muçulmanos.

Mas não é isso que atrai os adeptos da 'última causa', num mundo de causas desvalorizadas, nomeadamente, pela exposição mediática, entre a juventude europeia, e não só a que tem laços culturais com o Islão. É este desejo do fim do mundo que torna a violência no meio privilegiado. O medo (o que mais devemos temer, nas palavras de F.D. Roosevelt) é essencial para a instauração do caos propício a um final apocalíptico.

Esse desejo do fim do mundo encontrou a verdadeira 'solução final'. Porque todos os 'impuros' serão exterminados, sem outra forma de processo, e os 'mártires' gozarão das mil delícias do paraíso. Um tal programa, se se acredita nele (e por que não, se se paga com a própria vida?), é a recompensa de todas as frustrações sentidas por essa juventude, das pessoais, por sua própria culpa ou das que lhes são infligidas pelo seu meio social. Além disso, tem o prestígio da narrativa bíblica, com as punições divinas de proporções catastróficas, pela água ou pelo fogo.

O problema para o nosso modo de pensar é como a nossa sociedade livre e permissiva perdeu todo o valor aos olhos destes seus 'enteados', a ponto de atingir tal expressão do ódio. Teremos deixado de crescer e, realmente, fomos 'infantilizados' por ideologias, ou as prostituições da ideologia, com coisas como a publicidade? Por que é que, para tanta gente, os valores parecem subitamente carecer de uma espécie de contrastaria pelo suicídio e pela imagem do fim do mundo?

Gestos como o do co-piloto da Germanwings, Andreas Lubitz, podem não ter qualquer ligação prática com o fundamentalismo político-religioso. Mas a matriz do pensamento que lhe subjaz talvez não seja muito diferente...Para já foi arrumado na psiquiatria.

 

 

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