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"A escola moderna começou somente com o catecismo, quando o padre tinha o dever de ensinar ao mais adormecido e ao mais atrasado justamente o que sabia de mais belo."
(Alain)
Pode ser chocante, para alguns, que o dever de ensinar universalmente não tenha provindo da ciência, ou das ideias de liberdade do cidadão, mas da fé numa doutrina religiosa por eles considerada 'obscurantista'.
Não chocará tanto se considerarmos a origem da própria ciência, rebento da filosofia que surgiu num contexto precisamente religioso. Segundo a ordem comtiana, a teologia é o primeiro estado teórico.
A ideia de fraternidade é, como o prova a história do homem, demasiado anémica para mobilizar um desígnio 'universal'. Comparada com a ideia da salvação da alma ou com o espírito missionário falta-lhe o motivo redentor que tão ambiguamente se identifica, na maior parte dos casos, com um egoísmo paradoxal.
A força de começar algo de novo não pode provir de uma ideia tão abstracta como a de 'Humanidade'. A própria política não tem fôlego para esse esforço de criação.
Assim, faz todo o sentido que uma noção tão republicana como a do direito de todos ao ensino (direito muito relativizado nos nossos dias) tenha nascido não nas nuvens jupiterianas, mas numa 'mangedoura'.
A crónica de VPV no 'Público' de hoje dá-nos um aspecto mais negro (de acordo com a melancolia do cronista) da desilusão que é hoje o 'dever universal' de educar.
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