A cena com Jack Lemmon, no papel de um velho pai abolido que tenta um patético contacto com a família num momento crítico, vale os "Short cuts" de Robert Altman.
Era-lhe mais fácil a empatia com estranhos, que não tinham nada a cobrar, como aquele casal de negros, do que com o próprio filho que mal o escutava, presa que era da incapacidade de perdoar.
Depois vemos o velho, resignado, afastar-se tropegamente pelo corredor do hospital, quando já se previa o pior, nem tentando sequer a inútil compaixão nem o consolo que lhe recusavam.
O filme começa por irritar-nos um pouco, por causa do maneirismo da sua fragmentação, dos saltos narrativos das várias histórias encadeadas. Até conhecermos todas as personagens, a malha das suas vidas se ir entretecendo e a riqueza psicológica e humana do conjunto saltar diante dos nossos olhos.
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