sexta-feira, 28 de junho de 2013

DISPERSÃO

Thomas Edison

 

"(...) as intuições correctas dos especialistas explicam-se melhor pelos efeitos da prática prolongada do que pelas heurísticas."

"Pensar Depressa e Devagar" (Daniel Kahnemann)


O célebre aforismo de Edison e de outros sobre um mínimo de inspiração e um máximo de suor quer dizer isso mesmo.

O acaso (ou o capricho da musa) não tem consequências (para além da 'rêverie') se não for uma solução imprevisível para uma questão muda, para um anseio que pode não ter chegado à expressão, mas que prepara e espera o 'capricho' da inspiração.

É por isso que a verdadeira ideia só vem ao músico que pensa em música toda o dia, ou ao escritor que vive a realidade através das malhas do seu romance. E não a quem até pode encontrar nela uma certa originalidade, mas completamente inútil e votada ao esquecimento.

Quantos artistas de um momento não existem! Suponho que até os verdadeiros mestres numa arte, às vezes imaginam que, se quisessem, poderiam dominar as outras.

Quanto ao artista preguiçoso que vive apenas dos seus sonhos, está tão longe da arte, como a nossa capacidade de interpretar o mundo o está da realidade:

"É esta a essência das heurísticas intuitivas: quando somos confrontados com uma questão difícil, respondemos, em vez dessa, a uma mais fácil, geralmente sem notarmos a substituição." (Ibidem)

 

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