“Tive, pois, de suprimir o saber para encontrar lugar para a crença, e o dogmatismo da metafísica, ou seja, o preconceito de nela se progredir, sem crítica da razão pura, é a verdadeira fonte de toda a moralidade e é sempre muito dogmática...”
(Immanuel Kant)
A nossa época sempre nos tem apresentado o preconceito e o dogmatismo (que os crentes, no ambiente religioso, aceitam como parte importante da 'pertença' a uma comunidade) como qualidades negativas para o 'cidadão cosmopolita' que tem de se confrontar 'correctamente' com as crenças dos outros.
Como demonstra o filósofo alemão, o crente não tem meio de provar a sua fé, através da razão, e por isso tem de afirmar dogmatica e acriticamente as 'grandes verdades'. Mas crentes e não crentes (ou crentes em verdades menores) não podem provar, pela ciência ou pela razão, que a dogmática de cada um é verdadeira ou falsa.
Sabe-se que Kant ambicionava alcançar uma justificação da metafísica, logo, independente da experiência, que a tornasse semelhante à matemática, que é 'verdadeira' e de facto independente da experiência.
Era preciso, porém, que Prometeu fosse mais comedido e aceitasse que há coisas (incluídas as deste mundo) que não pode saber.
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