"Ethos, Pathos and Logos: Three Communication Elements since Aristotle" (Savio Nassar)
"(...) só agora o 'pathos' da auto-afirmação se torna a principal característica de uma subjectividade que domina a modernidade. Na filosofia da última fase irá substituí-la o 'pathos' do deixar ser e da servidão.
(Jürgen Habermas)
Haveria, então, uma 'sentimentalidade' geral que caracterizaria as diferentes épocas e que deveria fazer parte do 'paradigma', proposto por Foucault?
Seguindo esta ideia, a auto-afirmação pode ter sido minada pela vontade de conciliação e por fenómenos como o 'politicamente correcto'.
O 'deixar ser' seria o sinal de que, enfim, venceu a tolerância, graças, entre outras coisas, à moderna democracia. Esta conservou o vício da demagogia, denunciado pelos Antigos. Mas as razões para ver no semelhante uma ameaça parecia terem se evaporado num mundo centrado no indivíduo 'liberal', até que o 'recalcado' medieval da religião islâmica engendrou o extremismo global.
Esta ressurgência não é, verdadeiramente, um fenómeno religioso, mas é antes a explosão mediática resultante do encontro, no global, entre sociedades abertas e sociedades fechadas. A violência com que a 'Idade Média' é reproduzida numa representação em que os 'mais aptos', tecnologicamente falando, se tornam num desafio à sua sobrevivência, desafio que os 'mais atrasados' estão ainda muito longe de poder racionalizar. A falta de uma tradição crítica é, talvez, responsável por isso.
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