A propósito da fortuna dos nomes e da necessidade de arranjar outros para ter sucesso, Casanova, depois de citar os casos de Voltaire e d'Alembert, diz:
"Se ele tivesse conservado o seu nome de Tognolo, este nome prejudicá-lo-ia muito, porque não poderia nunca pronunciá-lo sem lembrar o que, pelo mais desprezível dos preconceitos, se chama de baixa extracção, e a classe privilegiada, por um abuso culpável, não crê que num camponês possa existir elevação e génio. Virá o tempo, sem dúvida, em que a sociedade, mais esclarecida e por conseguinte mais razoável, reconhecerá que em todos os estados os sentimentos nobres, a honra e o heroísmo se podem encontrar tão facilmente quanto numa classe cujo sangue nem sempre está isento da mácula do aviltamento."
"Memórias de Casanova"
Já por aqui passaram Beaumarchais, os Enciclopedistas e a Revolução Francesa.
É o que faz escrever sobre o passado longínquo.
O jovem estouvado que corria atrás das suas conquistas galantes não teria certamente feito esta reflexão.
Mas não me resta se não concordar quanto à questão dos nomes.
Ninguém poderá nunca reconhecer o mérito a alguém que assine simplesmente Silva.
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