segunda-feira, 18 de julho de 2016

O ACORDO



L'UE, les Accords de libre échange et les droits de l'Homme: un ...


"No instante em que renuncias ao acordo com o outro, renuncias para a eternidade a saber o que é o bem e o que é o mal."
(in "L'Homme Sans Qualités" de Robert Musil)

Robinson não renuncia. Vive da memória e da esperança de ser 'salvo' da sua ilha. 'Sexta-Feira' aparece para impedir o segundo naufrágio, do homem na natureza.

O terrorista, como em 'The Man Who Was Thursday', de Chesterton, tampouco renuncia. Ele 'apenas' escolheu uma parte da humanidade contra todos os outros. O acordo, persegue-o, mas junto do semelhante.

Já alguém disse que é preciso que exista uma espécie de ética para uma sociedade de ladrões poder funcionar. Ocorre-nos logo o caso da Máfia onde se celebra uma moral particular, o culto da mãe, e um sentimento selvagem de honra, de 'onestà'.

Não é de admirar, portanto, que uma ética universal tenha permanecido até hoje como um ideal, e que o entusiasmo de um grupo se alimente da 'diferença' e da rivalidade com outro grupo ou outros grupos.

O bem e o mal ficam assim entregues à interpretação e à autoridade dos que supostamente sabem. As convicções fortes neste domínio são possíveis pela influência das instituições e das tradições. Isto é, o acordo com o outro não é um simples encontro de vontades, nem é inteiramente consciente.


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